sábado, 29 de novembro de 2008

2 - A Mordaça de Ferro
Esta invenção era muito útil na medida em que abafava os gritos e gemidos dos torturados, para não importunas os debates de seus interrogadores entre si. Compunha-se de um aro de ferro, no interior do qual havia uma protuberância chamada "caixa", a qual colocava-se na boca da vítima, fechando-se o aro metálico na nuca. Uma minúscula abertura permitia a entrada do ar; o que podia ser interrompido pela ação do verdugo. Uma simples pressão dedos poderia provocar a asfixia do condenado.
Freqüentemente os condenados ao tronco eram assim amordaçados; ou quando se tratava de autos-de-fé, para que seus gemidos não perturbassem a audição da música sacra que acompanhava esses autos.
Este instrumento era usado desde a época romana, mas na Idade Média foi aperfeiçoado, com a colocação de farpas na caixa, de maneira não só de silenciar, mas também de ferir. Giordano Bruno, um dos intelectuais mais brilhantes de sua época, foi queimado na Praça do Campo dei Fiori, em Roma, e, 1600. Tinha colocado um açaime de ferro com cravos, um dos quais lhe perfurava a língua e outro, o céu da boca.
A mordaça era usada tanto durante os interrogatórios como durante as execuções, ou simplesmente para calar ou punir os prisioneiros recalcitrantes.

3 - Pieti ou Cinturão de Santo Erasmo
Apesar do nome, este instrumento não era sempre um cinto, embora fosse esta a sua forma mais comum. Podia tomar tanto a forma de um cinto como a de uma túnica ou vestimenta, de malha de arame, com inúmeras pontas de ferro dirigidas para seu interior. Bastante apertado em volta da vítima, feria e destroçava a carne a cada pequeno movimento ou respiração. Depois, vinham a infecção, a putrefação e a gangrena. Por vezes, a fim de ampliar o sofrimento, eram colocados insetos ou vermes carnívoros nos ferimentos.
Segundo uma tradição do séc. XIV, este cinturão teria sido aplicado a uma jovem e bela senhora chamada Márcia Orsini, esposa de um rico nobre milanês, por um condontieri. O salteador havia raptado a dama, mas sendo contrário ao estupro, por princípios morais e escrúpulos religiosos, atou-a à cama e colocou-lhe o cinturão, deixando-a assim até que resolvesse entregar-se-lhe por vontade própria. Sabe-se que felizmente, o covil do bandido foi descoberto e assaltado pelos homens de armas do marido, e a dama foi posta em liberdade, ficando, finalmente, a salvo. Diga-se, porém, que não se sabe se o resgate foi anterior ou posterior à anuência da dama.

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